O populismo na América Latina: Getúlio Vargas no Brasil.

Por Bruno Mussil

O efervescente século XX representou para o mundo um momento de mudanças significativas em todos os aspectos da vida dos indivíduos. Fora no contexto destas transformações que surgiu o populismo na América Latina. 
Ao caracterizar o populismo, importantes aspectos devem ser lembrados em busca de uma definição ampla e consistente. Dentre esses aspectos podemos citar: políticas e envolvimento das massas; desenvolvimento nacionalista e a conciliação de interesses diversos. Essas características são de extrema importância para se compreender o momento vivido, principalmente, na América Latina. Aqui, os populismo estão relacionados ao tempo histórico de transição do mundo agrário à industrialização. 

Em  um contexto cujas demandas econômicas mundo a fora sofreram com a crise de 1929, os países em desenvolvimento tiveram que se adaptar a tais demandas. Para isso, possuir características que fortalecessem os processos democráticos com o cuidado para que as decisões tomadas não prejudicassem uma porcentagem grande de pessoas era essencial. Logo, viu-se a necessidade de enquadrar o Estado como um elemento ativo na economia em busca de um nacionalismo desenvolvimentista. 
Reprodução: Internet

Com o resultado da participação do Estado nesse processo econômico ficaria mais fácil evitar o desenvolvimento de influências mais "radicais" (anarquismo e comunismo) que, naturalmente, apareciam em momentos de crise. Além do mais, o Estado também é importante no controle migratório do campo aos centros urbanos industriais causado pelo desenvolvimento de técnicas capitalistas no mundo agrário.

Imagem do Ex-presidente Getúlio Vargas
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Os líderes populistas, portanto, deveriam se enquadrar nesses aspectos. E Getúlio Vargas no Brasil é um exemplo clássico de como se constitui um governo populista. 

No Brasil, o populismo surge justamente com com interesses de conciliação entre o processo de desenvolvimento econômico e a questão social. Durante o governo de Vargas isto fica explicitamente claro ao olharmos o modo como ele soube lidar com os interesses dos cafeicultores (representantes de uma classe tradicional/conservador); dos industriais (burguesia) e dos trabalhadores (proletariado). Com o fortalecimento de um mercado interno, sem deixar de lado as demandas de um mercado exportador (setor agrícola) e a internacionalização industrial, o governo getuliano esforçou-se no papel de equilíbrio dos interesses dos trabalhadores em conformidade a essas mudanças. Para expor a preocupação com a classe trabalhadora, as conquistas como o salário mínimo (1940); a Consolidação das Leis do Trabalho (1943); e a criação do Estatuto do Trabalhador Rural (1963), devem ser destacados. 

 

Referências Bibliográficas: 

IANNI, Otávio. O colapso do populismo no Brasil. Editora Civilização Brasileira, 

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